Enquanto o basquete americano transformou-se em um espetáculo global bilionário, o futebol brasileiro — mesmo com sua paixão e história — continua atolado em amadorismo. O Golden State Warriors, avaliado em US$ 11,33 bilhões, vale mais que todos os 30 principais clubes do país somados. Isso não é sobre bola na cesta ou gol no último minuto: é sobre gestão, visão e profissionalismo.

A NBA entendeu cedo que esporte é negócio. Com governança rígida, teto salarial, partilha de receitas e contrato de mídia de US$ 76 bilhões, a liga criou equilíbrio competitivo e previsibilidade financeira. Cada franquia é uma empresa transparente, auditada e globalizada. O resultado é simples: a NBA gera mais de US$ 800 milhões por equipe por temporada, contra apenas US$ 247 milhões de todos os clubes brasileiros juntos.

O futebol nacional, por sua vez, opera sob lógica política e provinciana. Clubes endividados, gestões familiares, corrupção na CBF e ausência de governança centralizada impedem qualquer salto de valorização. O Brasil exporta craques, mas não captura valor. Flamengo, clube mais rico do país, nem estádio próprio possui. A maioria vive de direitos de TV fragmentados e bilheteria limitada. Sem ativos fixos, sem transparência e sem plano de globalização, o futebol brasileiro é refém de sua própria desorganização.

A NBA transformou o esporte em produto de entretenimento mundial. O futebol brasileiro, mesmo com o maior mercado consumidor da modalidade, ainda se comporta como um negócio local. Não falta talento, falta estrutura. E enquanto o basquete americano vende cultura, tecnologia e previsibilidade, o Brasil insiste em vender improviso. O resultado? O mundo investe onde há sistema, não paixão.