O debate em torno de um projeto de anistia ampla, geral e irrestrita voltou ao centro das atenções nacionais. Na Paraíba, o governador João Azevêdo (PSB) se posicionou de forma clara contra a proposta, destacando a importância de bom senso na análise e reforçando a necessidade de responsabilização de quem cometeu crimes.
Durante entrevista, João questionou a validade de uma anistia irrestrita:
“Eu espero que haja muito bom senso para se discutir essa questão da anistia. Não é possível você simplesmente fazer, na minha forma de ver, uma anistia ampla, geral e irrestrita. Até porque processos ainda estão acontecendo. Como se faz uma anistia de alguém se ela nem foi condenada ainda?”
O governador ressaltou que atentar contra a democracia, o Estado de Direito e as instituições é crime e não pode ser tratado como algo passível de esquecimento institucional. Para ele, perdoar sem distinção equivale a abrir espaço para que atos semelhantes voltem a acontecer:
“É preciso sim punir aqueles que cometeram crimes, porque se a gente não assumir isso, você está incentivando outras pessoas a praticarem o mesmo crime.”
A fala dialoga com um princípio essencial do Estado Democrático: sem responsabilização, não há freios aos abusos. Assim como em uma partida de futebol, em que regras existem para proteger a integridade do jogo, as leis e a Constituição são o árbitro que garante a continuidade da democracia. Se as faltas graves são ignoradas, o risco é que o jogo se torne violento e ingovernável.
Ao se posicionar contra a anistia ampla, João Azevêdo ecoa um alerta: não se trata apenas de punir por punir, mas de proteger o presente e o futuro da democracia brasileira.
