O Congresso Nacional rejeitou os vetos do presidente Lula a trechos polêmicos de um projeto que originalmente tinha como objetivo estimular a energia eólica offshore no Brasil. Esses dispositivos, conhecidos como “jabutis”, foram incluÃdos pelos parlamentares e, embora não tenham relação direta com o tema inicial, retornaram à lei após a derrubada dos vetos, provocando preocupação no setor elétrico e entre os consumidores.
Impacto direto no bolso do consumidor
Especialistas da consultoria PSR, juntamente com entidades do setor como a Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE) e a Abrace Energia, estimam que essas alterações podem resultar em um aumento de cerca de 3,5% na conta de luz dos brasileiros. Essa alta, somada a outras medidas recentes, representa um efeito direto no orçamento das famÃlias e empresas em todo o paÃs.
Reajustes tarifários recentes aumentam a pressão
Além da decisão do Congresso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou reajustes nas tarifas de energia para diversas distribuidoras. Um exemplo é a Copel, que atende o Paraná, onde o aumento médio foi de 2,02%, com indústrias e grandes comércios pagando até 2,99% a mais, enquanto residências tiveram reajuste mais contido, de 1,55%.
Para agravar a situação, a Aneel acionou a bandeira tarifária vermelha patamar 1 para o mês de junho de 2025, o que acrescenta um custo extra de R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos. Essa medida reflete a menor geração hidrelétrica e o maior uso de usinas termelétricas, que têm custo mais elevado.
Uma combinação que pesa no bolso e na economia
A conjunção dos vetos derrubados pelo Congresso com os reajustes e a ativação da bandeira vermelha cria uma pressão significativa sobre o custo da energia elétrica. Esse aumento afeta não apenas os consumidores residenciais, que já sentem no orçamento o impacto da inflação, mas também o setor produtivo, que vê seus custos operacionais crescerem, o que pode refletir em preços mais altos para os produtos finais.
O desafio do equilÃbrio entre estÃmulo e custo
Enquanto a expansão da energia renovável, como a eólica offshore, é fundamental para o desenvolvimento sustentável e a segurança energética do paÃs, as medidas legislativas precisam estar alinhadas para garantir que o estÃmulo ao setor não onere excessivamente a população.
Especialistas reforçam a necessidade de diálogo entre governo, Congresso e setor elétrico para buscar soluções que promovam o crescimento do setor sem comprometer o acesso à energia a preços justos.
