Netanyahu isola Israel e compromete apoio internacional com ofensiva desumana em Gaza

O que começou como uma resposta militar de Israel ao Hamas se transformou em um colapso diplomático global. À medida que a guerra em Gaza se estende, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu conduz seu país para o isolamento internacional, rompendo alianças históricas e alimentando uma crise humanitária que mancha a imagem de Israel no cenário mundial.

De aliados a críticos

No início do conflito, Israel contava com o respaldo de grande parte do Ocidente. Mas esse apoio vem desmoronando rapidamente, sobretudo diante da escalada de ações consideradas ilegais pelo direito internacional: bloqueios a ajuda humanitária, destruição de hospitais e desalojamento forçado de civis.

Na última semana, Reino Unido, França e Canadá condenaram abertamente a nova ofensiva militar israelense e o bloqueio de insumos básicos como comida, água e medicamentos — uma medida que atinge diretamente crianças, idosos e populações já vulneráveis.

As críticas saíram do campo retórico e avançaram para ações diplomáticas concretas:

  • 🇬🇧 O Reino Unido suspendeu negociações comerciais com Israel.

  • 🇪🇺 A União Europeia avalia rever o acordo de cooperação estratégica com o país.

  • 🇪🇸🇮🇪🇳🇴 Espanha, Irlanda e Noruega reconheceram formalmente o Estado Palestino.

  • 🇫🇷 e 🇸🇦 França e Arábia Saudita articulam uma conferência internacional pelo modelo de dois Estados.

Retórica inflamada e efeito reverso

Em vez de reavaliar sua conduta, Netanyahu decidiu dobrar a aposta. Em vídeo oficial, acusou líderes europeus de “obedecer ao Hamas” e afirmou que “estão do lado errado da história”. O discurso beligerante ampliou o desconforto diplomático e deixou evidente que o governo israelense não está disposto a ceder nem em aspectos humanitários básicos.

Essa postura intransigente mina a legitimidade moral de Israel e o expõe à crítica pública em todo o mundo. Mais do que uma guerra contra o Hamas, o que se desenha é um conflito cada vez mais percebido como um ataque à população civil palestina.

Silêncio tenso nos EUA

Nos Estados Unidos, o clima também começa a mudar. Donald Trump, um aliado histórico de Israel e de Netanyahu, vem evitando declarações públicas sobre o conflito. Fontes da Casa Branca revelam incômodo com o rumo da guerra e preocupação com o custo político e estratégico do apoio irrestrito a Tel Aviv.

A elite diplomática e militar americana teme que o prolongamento da guerra comprometa os interesses geopolíticos dos EUA no Oriente Médio e fortaleça adversários como Irã, Rússia e grupos extremistas que exploram a crise humanitária como ferramenta de propaganda.

Caminho sem volta?

Autoridades internacionais — e até membros do próprio governo israelense — já alertavam Netanyahu: o bloqueio à ajuda humanitária teria efeito contrário. Afastaria aliados e não enfraqueceria o Hamas, que opera em rede e sobrevive à clandestinidade.

Mesmo assim, o premiê segue adiante com planos que incluem a evacuação forçada de toda a Faixa de Gaza, uma medida que pode ser enquadrada como limpeza étnica sob a ótica do direito internacional — e que só tende a acirrar o repúdio mundial.


Conclusão: A insistência de Netanyahu em tratar o conflito com Gaza como uma guerra total, sem distinção entre combatentes e civis, transforma Israel de nação sitiada a nação isolada. A perda de apoio internacional, especialmente entre seus aliados históricos, não é apenas um revés diplomático: é um erro estratégico de proporções históricas. Ao ignorar os alertas e dobrar a violência, Netanyahu está, de fato, ficando do lado errado da história.